CONHEÇA HISTÓRIAS DE SUPERAÇÃO DE CRIANÇAS NA UTI PEDIÁTRICA DO HOSPITAL MANOEL NOVAES
Referência no interior da Bahia, a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTI-PED) do Hospital Manoel Novaes (HMN), em Itabuna, registrou, nos últimos quatro anos, centenas de histórias de superação de pacientes que chegaram com o quadro de saúde muito grave. O que não faltam na unidade são exemplos de procedimentos de sucesso envolvendo pacientes de diversas regiões do estado.
Entre essas histórias a da pequena Maria Vitória Pereira, que nasceu com 26 semanas e seis dias, pesando um pouco mais de um quilo. A menina, filha de Alexandra Costa Pereira, nasceu em Teixeira de Freitas, no extremo sul do estado, mas precisou ser transferida para uma unidade de saúde com mais recursos.
Por causa do estado crítico de saúde, Maria Vitória, que é paciente do SUS, ficou intubada por uma semana antes de ser transferida para Itabuna, onde os médicos do Hospital Manoel Novaes descobriram que a bebê tinha hidrocefalia (acúmulo de líquido cefalorraquidiano no cérebro). A complicação de saúde só seria resolvida com duas cirurgias para colocação de válvula.
PARADAS CARDÍACAS
A bebê ficou 11 dias intubada na UTI Pediátrica do HMN e precisou de uma terceira cirurgia. “Fiquei desesperada, e o que eu temia ocorreu: Maria Vitória foi intubada novamente, sofreu duas paradas e quase morreu. Chorei muito e orei. Sou uma pessoa de muita fé. Estava me preparando para o pior porque ela estava mal. Mas a menina reagiu bem ao procedimento”, relembra Alexandra Costa.
A criança foi submetida a uma nova cirurgia no último dia 24 de setembro. Novamente, a menina teve duas paradas cardíacas, sendo reanimada com sucesso. Evoluiu com melhora gradativa do quadro e, no último dia 26 de setembro, foi transferida para a enfermaria. “Para mim, foi um milagre de Deus”, comemora.
Quem também precisou dos serviços da UTI PED foi a dona Cristiane Maria Bispo, de 32 anos, moradora de Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia, e mãe da pequena Kemilly Vieira, de 4 anos, também paciente do SUS. Segundo a mãe, a caçula da família era uma criança saudável, mas aos 2 anos e seis meses começou a sentir dores nas pernas.
Como as queixas aumentaram, a menina foi levada a uma pediatra, mas os exames nada detectaram. Seis meses depois, quando completou três anos, manchas roxas começaram a surgir pelo corpo de Kemilly. Essas manchas sumiram e reapareceram há dois meses. Recentemente, a menina se machucou no quadril e um coágulo apareceu no local da lesão. “Pensei que tivesse quebrado um osso, mas era um coágulo porque as plaquetas estavam muito baixas”, relata Cristiane Maria.
LEUCEMIA
Depois de uma bateria de exames, a criança foi diagnosticada com Leucemia Linfoide Aguda (LLA), do tipo B, um tipo de câncer que ataca as células responsáveis pela defesa do organismo. “Kemilly estava sangrando ao fazer xixi. Nunca imaginei que ficaria com minha filha em um leito de UTI. Levei um grande susto, principalmente porque poucos dias antes ela estava brincando de bicicleta. Mas me acalmei quando percebi que minha menina era monitorada 24 horas. Ela está em tratamento, mas tenho certeza do sucesso”, diz animada.
A coordenadora da UTI PED do HMN, a médica Katiane de Cássia Trés, destaca que, com a implantação da unidade em 2017, as crianças não precisaram mais ser transferidas do sul e extremo-sul da Bahia para Salvador. “Desde a inauguração o serviço vem garantindo uma melhor assistência às emergências, cirurgias pediátricas e neuropediátricas”.
A médica reconhece que as histórias de sucesso dos pacientes emocionam e mostram a capacidade técnica dos profissionais que atuam na UTI PED. “Essa unidade é a concretização de um sonho que tem ajudado a salvar muitas vidas na região. Meu agradecimento especial aos profissionais do setor, que assumiram esse desafio de salvar e proporcionar qualidade de vida aos nossos pacientes”.