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AUMENTA O NÚMERO DE PARTOS NORMAIS NO HOSPITAL MANOEL NOVAES EM ITABUNA

O número de partos normais acompanhados por enfermeiros obstetras disparou nos últimos dias no Hospital Manoel Novaes (HMN), que em fevereiro voltou a atender, de “portas abertas”, moradores de Itabuna e outros sete municípios do sul da Bahia. A quantidade de mulheres que teve filhos sem intervenção cirúrgica na unidade hospitalar saltou de 121, em fevereiro, para 143, em março. Neste mês de abril já são 121 partos normais, número maior que o registrado no mesmo período de 2020, que teve 97 procedimentos desse tipo.

Entre as pacientes submetidas ao parto normal no Manoel Novaes neste mês está Milena dos Santos Alves, moradora da Fazenda Boqueirão, em Itabuna. Mãe de primeira viagem, ela aprovou o procedimento apoiado por um enfermeiro obstetra. “Foi um parto muito rápido, sem nenhum problema. Foi uma decisão acertada. Fiz essa opção porque senti segurança nos profissionais que estavam me acompanhando”, contou a mãe da pequena Annalu.

Quem também aprovou a experiência do parto normal, com acompanhamento de enfermeiro obstetra, foi a estudante Rebeca Santos Reis, mãe da pequena Chaialla. Saudável, a criança nasceu pesando pouco mais de três quilos. Mãe e filha receberam alta na última quinta-feira (15). “Estava muito confiante porque os três partos da minha tia foram normais. A profissional que fez o meu parto me deixou muito tranquila”, contou Rebeca. A tia dela, Lucineide Crispim da Silva acompanhou o parto.

PELO SUS

A gerente enfermagem do HMN, Luciana Nobre, explica que a maioria dos partos normais na unidade, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foram feitos por enfermeiros obstetras, profissionais que estão capacitados para atender mais de 90% das pacientes que não necessitam ser submetidas à cesariana. “Esse profissional está habilitado para classificar e conduzir os partos de risco habitual. Caso ocorram alterações ou intercorrências, a equipe médica que compõe a equipe multiprofissional estará disponível para atender estas demandas”.

De acordo com Luciana Nobre, além de habilitado para a realização de partos de menor risco, o enfermeiro obstetra é capacitado para acompanhar o pré-natal e encaminhar as gestantes que têm demanda de alto risco para acompanhamento médico. “A atuação desse profissional ajuda a diminuir as intervenções obstétricas e aplicar medidas não farmacológicas para o manejo da dor durante o trabalho de parto. Além disso, contribui para reduzir o uso de medicação pela paciente”.

A gerente de enfermagem afirma que, embora tenha ocorrido aumento no número de partos normais nos últimos dias, boa parte da população ainda desconhece tanto as práticas da neonatologia quanto da obstetrícia. Por isso, muitas vezes, sem nenhuma necessidade, a paciente exige a participação do médico durante o trabalho de parto. Ela acrescenta ainda que muitas pacientes temem o parto normal por causa dos mitos sobre a situação do corpo da mulher. “Tem gente que acredita, por exemplo, que pode ter a relação sexual comprometida. Isso não é verdade”.

A coordenadora do Bloco Cirúrgico do HMN, enfermeira obstetra Renata Marques, destaca que em muitas maternidades no Brasil todo o processo de parto normal é conduzido pelo enfermeiro e que o hospital do sul da Bahia deu um passo importante nesse sentido, pois hoje o profissional atende em porta de entrada, conduz o parto e autoriza alta da paciente. “Tudo isso é feito dentro das normas internas e externas, respeitando às leis”, assegura. Renata observa que, enquanto o atendimento é prestado pelo SUS em Itabuna, existem regiões no país em que as mães pagam caro para ter acesso aos serviços conduzidos pelo enfermeiro obstetra.

A Apoiadora institucional dos programas na Atenção Primária do Município de Itabuna, Bárbara Orsine, destaca a importância do papel do enfermeiro obstetra na humanização da assistência desde a consulta de pré-concepção até o puerpério. “Esse acompanhamento traz uma série de benefícios para a paciente, como o aumento da confiabilidade, construção do vínculo, evita intervenções desnecessárias e aumenta a probabilidade de inserção de boas práticas. Vale ressaltar que o enfermeiro apoia a iniciativa do empoderamento feminino, focando no protagonismo da mulher”, diz Bárbara.

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