Entre as muitas colaborações do povo português ao mundo, no que diz respeito à natureza deste trabalho, temos o aparecimento das Santas Casas de Misericórdia. Com efeito, em 15 de agosto de 1498, a Rainha Dona Leonor de Lencastre, em uma cerimônia simples, instituiu a Irmandade da Misericórdia, na capela de Nossa Senhora da Piedade, em Lisboa, sendo seu primeiro provedor o Frei espanhol Miguel de Contreras.
Aqui em nosso Estado, depois da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, a segunda a ser criada foi em Cachoeira, em 1734; depois surgiram a de Santo Amaro da Purificação, em 1778, e outras no Recôncavo. A de Feira de Santana, em 25 de maio de 1859; a de Ilhéus, em 7 de dezembro de 1913 e a de Itabuna, em 28 de janeiro de 1917.
Em certo momento da história, foi dito, por algum poeta não identificado que: “o tempo desafia as coisas, mas as Misericórdias desafiam o tempo”.
(Do Livro Santa Casa de Misericórdia de Itabuna – Novos Desafios, do autor João Otávio de Oliveira Macedo)
Próxima a completar seu 6º ano de emancipação política, a cidade de Itabuna cresce, prescindindo de um hospital, principalmente para as pessoas carentes. As precárias condições de saneamento favoreciam a eclosão de epidemias e manutenção de endemias que ensejavam altas taxas de morbidade e mortalidade. Urgia que se fizesse algo.
Na noite de 04 de julho de 1916, na residência do Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto, reuniram-se 30 senhores da comunidade com a finalidade de fundar uma Santa Casa de Misericórdia que responderia pela criação de um hospital e de um cemitério, deixando em aberto à possibilidade de também atender todas as obras de caridade.
Em 28 de janeiro de 1917, tomam posse os Irmãos eleitos, tendo como 1º Provedor Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto, ficando esta data como marco inicial desta Santa Casa. Em 07/09/1922 é inaugurado o Hospital Santa Cruz (hoje Calixto Midlej Filho); o Cemitério Campo Santo, em 07/09/1925 e em 29/06/1953 é o Hospital Manoel Novaes incorporado ao seu patrimônio. Por último, em 1993, o Plano Próprio de Saúde como forma de agregação de receita, e em 2009, o Hospital São Lucas.
