Alzheimer é a principal causa de demência no mundo
A Campanha Fevereiro Roxo é voltada para a conscientização sobre o Lúpus, a Fibromialgia e a doença de Alzheimer, três doenças que não têm cura, mas que se identificadas logo no início, os sintomas podem ser controlados ou retardados.Como forma de intensificar a campanha e esclarecer mais informações, vamos abordar sobre cada uma delas durante esse mês, a começar pelo Mal de Alzheimer. Em entrevista, o médico da Santa Casa, Dr. Antônio Fernando Ribeiro Silva Jr, especialista em doenças cerebrovasculares, fala sobre o assunto.
SCMI – O que é a doença de Alzheimer?
AF – É uma doença neurodegenerativa, que é a principal causa de demência no mundo.
SCMI – Quais são os principais sinais e sintomas da doença?
AF – O principal sintoma é a perda de memória episódica, ou seja, dificuldade de lembrar dados do cotidiano e de sedimentar novas memórias, mantendo inicialmente preservadas as memórias antigas. Ex: O paciente pode ficar muito repetitivo, perguntando a mesma coisa por várias vezes. Pode não se lembrar se já se alimentou, naquele dia.
SCMI – Em que fase da vida ela afeta o indivíduo?
AF – A idade usual de início é após os 65 anos de idade, e quanto mais velhos maior a chance de desenvolver a doença.
SCMI – Quais são as causas do Alzheimer?
AF – A doença é multifatorial, e não identificamos precisamente a causa. Conhecemos o processo patológico que leva a morte dos neurônios (a neurodegeneração), mas o que ativa esse processo e principalmente como interrompê-lo ainda segue uma incógnita.
SCMI – Como se dá o diagnóstico?
AF – A partir dos sinais e sintomas (esquecimentos, dificuldade de lidar com dinheiro, episódios de se perder na rua, ficou “teimoso”) o neurologista suspeita do quadro demencial, aplica as escalas de avaliação, realiza alguns exames laboratoriais e de imagem (idealmente uma ressonância de crânio) e faz a suspeita diagnóstica. O diagnóstico definitivo só é possível através de biópsia cerebral, porém não é necessário, nem utilizado na prática clínica. Iniciamos o tratamento em todos os casos de provável doença de Alzheimer.
SCMI – Como é feito o tratamento?
AF – Existem poucas opções terapêuticas, que basicamente ajudam a retardar a evolução dos sintomas.
SCMI – Terapias alternativas conseguem ajudar no controle da doença?
AF – Apesar de não termos terapia curativa medicamentosa, o suporte familiar, terapia ocupacional e em alguns casos, psicoterapia, são fundamentais para manter o paciente na melhor funcionalidade possível, conforme a progressão e as limitações a cada fase da doença
SCMI –Terapias alternativas conseguem ajudar no controle da doença?
AF – apesar de não termos terapia curativa medicamentosa, o suporte familiar, terapia ocupacional e em alguns casos psicoterapia são fundamentais, para manter o paciente na melhor funcionalidade possível, conforme a progressão e as limitações a cada fase da doença.
SCMI – O Alzheimer tem cura?
AF – Não. Infelizmente não temos um tratamento que seja curativo. O tratamento vigente é apenas sintomático: medicamentos para estimular o funcionamento dos neurônios e tentar melhorar a memória; medicamentos para controlar o comportamento (se o paciente ficar agitado); medicamentos para tratar sintomas depressivos (muito comuns nesse contexto clínico). Ou seja, o tratamento é individualizado e focado no controle dos sintomas.