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Médica fala sobre casos de dengue em meio à pandemia e orienta cuidados redobrados

Com as preocupações voltadas para o enfrentamento do novo coronavírus, moradores do sul da Bahia parecem ter relaxado com as ações para eliminar os criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zica e chikungunya. Esse descuido vem provocando uma corrida pelo atendimento no Hospital Manoel Novaes, em Itabuna.

Os dados mostram que em abril, por exemplo, foram registrados 18 atendimentos no Novaes. No mesmo mês de 2019, somente dois pacientes com os sintomas da doença deram entrada na unidade de saúde. No mês passado foram registrados cinco casos de dengue hemorrágica. “Sendo que a maior parte dos pacientes precisou ser internada”, afirma a diretora técnica do Hospital Manoel Novaes, Fabiane Ferreira Chávez.

A médica acredita que, por causa da tensão gerada pelo novo coronavírus, as pessoas estão se descuidando de todas as outras doenças, principalmente as que são mais comuns no público pediátrico. Ela avalia que, como mais pessoas estão ficando em casa, aumentou a produção e acumulo de lixo. Isso facilita o surgimento de criadouros de larvas do Aedes aegypti. “Parece que as pessoas não estão cuidando bem dos locais que servem para a reprodução do mosquito”, observa.

SINTOMAS DIFERENTES

Fabiane Châvez esclarece que a febre em casos do novo coronavírus não é tão insidiosa, persistente e, em boa parte das ocorrências, o paciente não apresenta febre alta. Já na dengue, nas primeiras 48 horas, a febre é muito alta, que, em certos casos, não passa mesmo com uso de medicamentos. “A mialgia (dores musculares), é mais intensa. Na dengue, o paciente não apresenta anosmia (perda de capacidade olfativa) nem dores de garganta, por exemplo”, destaca a profissional.

A médica alerta também que a pessoa, em caso suspeito do novo coronavírus, só deve ser levada para emergência se estiver passando mal, com dificuldade de respirar. Caso contrário, deve procurar o atendimento na rede básica de saúde e informar os sintomas para Vigilância Epidemiológica de seu município.

Ela acrescenta que nesse período de pandemia do novo coronavírus, ainda que os pais não estejam saindo de casa, devem evitar beijos e abraços nos bebês. Já para a população em geral, a recomendação são aquelas já amplamente divulgadas, como só sair à rua em caso de necessidade, mas sem se esquecer do uso de máscara e lavar as mãos com sabão sempre que possível ou fazer uso de álcool em gel.

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