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Diabetes e doença renal: alto índice glicêmico pode afetar a saúde dos rins

Você sabia que os rins são uma espécie de filtro no corpo humano, compostos por milhões de vasinhos sanguíneos (capilares)?

Pois bem, o diabetes pode trazer danos a esses capilares, afetando sua capacidade de filtragem. “Isso faz com que substâncias tóxicas que deveriam ser descartadas pela urina acumulem no organismo e outras úteis, como as moléculas de proteína, acabem sendo eliminadas”, afirma a médica endocrinologista do Plansul, Dra. Thaíse Borges.

A nefropatia diabética resulta da longa exposição à glicemia elevada, associada ao mau controle da pressão arterial, dos níveis do colesterol, do hábito de fumar e também de fatores genéticos. Na fase inicial da nefropatia diabética, aparecem pequenas quantidades de proteína na urina (microalbuminúria). “Se a complicação foi diagnosticada precocemente, um controle glicêmico bem rigoroso pode reverter o quadro ou, pelo menos, impedir que ele evolua para doença renal terminal”, diz.

Caso o diabetes continue descontrolado, ocorre piora da filtração renal, podendo ocorrer elevação da pressão arterial e evolução para macroalbuminúria. “A doença não costuma apresentar sintomas. Muitos pacientes, no entanto, notam que a urina passa a ficar espumosa. À medida que a quantidade de proteína na urina aumenta, ocorre uma diminuição da quantidade de proteína no sangue, resultando em retenção de líquido, edema nas pernas e aumento das micções à noite”, explica. Contudo, a médica comenta que mesmo na fase assintomática da Doença Renal Crônica, em que a pessoa está aparentemente saudável, o risco de morte prematura de causa cardiovascular é maior, independente do grau de comprometimento renal.

À medida que a gravidade da nefropatia diabética evolui, o rim pode tornar-se incapaz de controlar a concentração de vários sais vitais para o corpo, do volume de líquido e de excretar substâncias tóxicas ao nosso organismo, ocorrendo aumento dos níveis de creatinina e ureia no sangue e sinais e sintomas como falta de apetite, fraqueza, náuseas, anemia, inchaço no corpo, aumento da pressão arterial, do potássio e acidose metabólica. “Nesta fase, dependendo da gravidade da nefropatia diabética, pode ser necessária a utilização da terapia renal substitutiva, ou seja, de sessões regulares de diálise ou transplante”, expõe.

Dicas para evitar o agravamento da doença

Após a detecção da perda de proteína na urina, o paciente deve ter um controle glicêmico rigoroso, seguir uma dieta com menor teor proteico e sal, manter exercícios físicos regulares, controlar o colesterol, evitar tabaco e álcool, usar corretamente as medicações prescritas e perder peso, caso seja necessário.

Além disso, deve-se evitar uso de anti-inflamatórios ou qualquer outra medicação sem a prescrição e orientação médica. É extremamente importante controlar a pressão arterial, uma vez que a hipertensão agrava qualquer lesão renal causada pelo diabetes. “Entretanto, vale lembrar que ter diabetes não indica, necessariamente, que ocorrerá desenvolvimento de lesão renal ou que os rins se tornarão insuficientes. Além disso, 9-30% das nefropatias em diabéticos podem ter outra etiologia”, finaliza a endocrinologista.

Dra Thaíse Borges- editada

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