Menor exposição ao ar poluído pode reduzir em 15% o risco de depressão, aponta estudo
Uma menor exposição a materiais particulados, presentes no ar poluído, pode reduzir em até 15% o risco de depressão e suicídio, aponta um estudo da University College London (UCL) publicado nesta quarta-feira (18) no periódico “Environmental Health Perspectives”.
O artigo “Exposição à poluição do ar (materiais particulados) e associações com depressão, ansiedade, bipolaridade, psicose e risco de suicídio” afirma que se fosse reduzida a concentração de materiais particulados no ar – de 44 microgramas por metro cúbico para 25 microgramas por um período maior do que um ano –, o risco de depressão poderia cair 15%.
A poluição do ar contém diversos poluentes, entre eles os materiais particulados, gases poluentes e compostos metálicos e orgânicos. A análise do estudo se concentra nos materiais particulados, que contêm sulfato, nitrato e carbono negro, e estão associados a uma maior recorrência de problemas de saúde relacionados à poluição. Trata-se de pequenas substâncias, de diâmetro de 2,5 a 10 micrômetros e partículas ultrafinas, com menos 1 micrômetro de diâmetro.
“Nós sabemos que algumas das menores partículas do ar poluído podem navegar pelo sistema sanguíneo até o cérebro, mas os cientistas ainda não entendem completamente como a poluição pode afetar a saúde mental. Um dos mecanismos mais prováveis para explicar isso é a inflamação dos tecidos cerebrais, o que é associado ao aparecimento de doenças mentais, ao aumento do risco de depressão e a mudanças na produção do hormônio do estresse (cortisol)”, afirma a autora do estudo, Isobel Braithwaite, em entrevista ao G1.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da UCL fizeram uma revisão de estudos em inglês publicados ao longo de 43 anos (de 1974 a setembro de 2017) em seis periódicos científicos com foco na poluição do ar e materiais particulados e suas relações com doenças mentais.
Entre as 1826 citações encontradas, 22 atenderam aos critérios e 9 foram incluídas na meta análise. Os estudos envolveram uma população adulta, acima de 18 anos. Foram excluídas análises envolvendo grávidas e crianças e doenças relacionadas ao uso do cigarro ou à atividade profissional.
Por Elida Oliveira, G1