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Obesidade pode ser prevenida com nutrição adequada desde a concepção

Em poucas décadas, alteramos, de maneira abrupta, uma programação alimentar construída ao longo de séculos. Uma oferta maior de alimentos e a mudança de comportamento dietético em boa parte do mundo a partir do final da Segunda Guerra Mundial acarretaram um quadro de doenças que alcançam um número cada vez maior de pessoas, inclusive no Brasil, onde a obesidade já atingiria cerca de 20% da população. Nos Estados Unidos, a situação é bem mais grave: 70% da população sofrem com a obesidade e o sobrepeso.

A importância da nutrição no período da gestação e nos primeiros dois anos de vida de uma criança para evitar males como a obesidade, diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares foi o foco da Aula “Nutrição nos primeiros 1000 dias de vida versus Programação Metabólica”, proferida hoje (27) pelo doutor em Medicina Interna Hugo da Costa Ribeiro Jr., diretor Executivo do Hospital Geral Roberto Santos. Médico gastropediatra, nutrólogo e professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFBA, ele vem apresentando e discutindo o tema em várias partes do Brasil e países da América Latina.  

Para a plateia que lotou o Auditório central do HGRS, formada por profissionais, residentes e mesmo estudantes de pediatria, nutrição, neonatologia, ginecologia e obstetrícia, Hugo Ribeiro expôs dados que reforçam a urgência de modificarmos hoje os padrões alimentares para termos gerações mais saudáveis no futuro. “A alimentação pode interferir na expressão dos nossos genes. Não estamos inexoravelmente destinados a ser de um jeito ou de outro, podemos interferir modificando esses padrões agora, e os obstetras, pediatras, neonatologistas e nutricionistas têm a responsabilidade de instruir os pacientes para que sejam alertados e modifiquem seus padrões dietéticos”, avaliou.

Prevenção e genética

A escolha por focar os primeiros mil dias de vida, contados a partir da concepção, decorreu da significância desse período para a constituição de um adulto saudável no futuro. “Inúmeras evidências indicam ser esse o período mais importante para modelar a expressão genética do indivíduo”, afirmou o professor, observando que, sem a modificação do padrão de nutrição da mãe, a cada geração se torna mais difícil prevenir essas doenças prevalentes nos adultos atualmente.

“Antes da II Guerra, as dietas das populações eram muito semelhantes às de seus antepassados, com oferta de alimentos relativamente escassa. Somos derivados desses genes de privação e, portanto, vulneráveis ao excesso, à oferta excessiva de alimentos. Daí a obesidade ter aspectos psicológicos, socioeconômicos, não sendo uma equação simples de resolver. Nós somos o que comemos, mas também somos o que nossos pais, nossos avós e nossos bisavós comeram”, salienta Hugo Ribeiro Jr., que esclareceu questões dos participantes após encerrada a aula.

Ressaltando a trajetória acadêmica do palestrante, Fellow em Nutrologia Infantil pela Universidade de Cornnel em New York, pesquisador e consultor do Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde, o diretor Geral do Hospital Roberto Santos, Antônio Raimundo de Almeida, também professor da UFBA cedido ao Governo do Estado da Bahia assim como Hugo Ribeiro, revelou a intenção de promover, todos os meses, atividade semelhante, destacando a vocação de produção científica do HGRS. O evento contou com patrocínio da Tecnovida e apoio da Danone Early Life Nutrition.

B.F – DRT/BA 1158

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