PACIENTES DESTACAM IMPORTÂNCIA DO AUTOEXAME PARA DESCOBERTA PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA
O autoexame na mama foi fundamental para o início da investigação médica e o tratamento contra o câncer em duas pacientes que têm histórias parecidas na descoberta da doença. Maria Márcia Freitas Sisnande e Marilourdes Santos Lisboa, que hoje são pacientes do Serviço de Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, foram persistentes quando suspeitaram da existência de um tumor nos seios. Nos dois casos, os primeiros exames não detectaram a doença.
Moradora de Maraú, a professora Marilourdes Lisboa descobriu, no final de junho de 2020, que estava com um nódulo na mama. A professora relata que precisou insistir para confirmar que estava com câncer, pois a mamografia e ultrassom não detectaram nada, segundo o primeiro médico que a atendeu. “Eu insistir que havia uma deformação na minha mama e ele disse para não me preocupar. Mas em novembro do ano passado procurei outro profissional que pediu uma biopsia. Em dezembro do ano passado recebi o resultado, com confirmação do tumor”, conta ainda emocionada.
Em fevereiro deste ano, a professora fez consulta com um mastologista e foi submetida a uma cirurgia (quadrantectomia) para a retirada do nódulo. Em seguida, iniciou as sessões de quimioterapia e atualmente está na etapa de radioterapia. A professora ressalta que o autoexame na mama foi fundamental para as suspeitas e detecção da doença. “Foi o autoexame que levou ao início do processo de investigação, confirmação do tumor e aos procedimentos para o tratamento”, conta.
Como o câncer foi descoberto no estágio inicial, a chance de cura doença é alta. “Por ter sido descoberta logo cedo, o tratamento está sendo mais tranquilo, menos agressivo. Vou fazer hormonioterapia por um período de cinco anos, mas estou muito confiante no sucesso dessa jornada”, conclui. A hormonioterapia ajuda a reduzir os riscos de reaparecimento da doença.
NÓDULO NA MAMA
Moradora do bairro Califórnia, em Itabuna, a secretária Maria Márcia Freitas Sisnande descobriu em 2014 que tinha um nódulo na mama e recorreu atendimento médico. Na época, a profissional que a atendeu passou uma mamografia e ultrassom. “O tumor foi detectado no ultrassom, mas a médica disse que não era nada sério, pois era um nódulo de gordura”, afirmou.
Em 2018, quatro anos depois da descoberta do tumor, ao ouvir uma entrevista de um mastologista numa rádio local questionando de o porquê muitos colegas insistiam em deixar nódulos nos pacientes, Maria Márcia resolveu buscar o parecer de um segundo profissional. “Esse segundo médico pediu uma biopsia. Quando o resultado chegou, durante uma consulta, ele me disse: Márcia, esse nódulo pequeno aí é um câncer. Levou um grande susto e chorei muito depois que sair do consultório”.
O médico constatou que, no período de quatro anos, o tumor continuou com o mesmo tamanho, conforme relata. Por isso, foi considerado um câncer raro. “Ele disse ainda que, pelo tempo, não era mais para eu estar viva e correu para agilizar minha cirurgia. O procedimento foi feito e hoje faço uso de medicamento Anastrazol e visita ao médico a cada seis meses. Os exames não dão nenhuma alteração. Graças a Deus estou bem, viva”.
A coordenadora do Serviço de Oncologia da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, Sayara Aragão, ressalta que, em alguns casos, a chance de cura da doença é de 95% descoberta e iniciado o tratamento no início. Ela alerta ainda que o câncer de mama é menos comum em pessoas do sexto masculino, mas existem casos e, esse público deve cuida-se. Este mês de outubro foi de campanha de alerta, orientação para a prevenção e diagnóstico dos cânceres de mama e colo de útero.